Sala de Dança

Ela estava sozinha na casa, e isso era perfeito. Ter todos os cômodos permitidos só para si, isso era extremamente bom. Mas o único pela qual ela se interessou, fora a sala de dança. Sim, Judith estava com saudades de dançar, principalmente ballet, algo que faria 100 anos que ela não dançava. Não estava com a roupa apropriada para tal, estava apenas de sutiã e calcinha nas cores pretas e rosa, e calçando suas sapatilhas negras, que o laço dessas enlaçava a perna dela até a metade da coxa. Se ela fosse pelo menos um pouco mais gostosa, diria que seduziria qualquer um, mas, como não... Estava apenas dançando mesmo, ao som do cisne negro.
Seus braços eram erguidos e abaixados, diversas vezes, e quem sabe, daquela vez, ela emocionaria mais os jurados de agora, do que de antigamente ao representar a morte do cisne. De qualquer forma, lá estava ela, com seus novos cabelos, curtos e escuros, bem diferente do anterior.

Seus olhos cintilavam discretamente conforme a música soava, e seus movimentos? Rápidos e delicados, como sempre. A garota então, deu uma rápida pirueta para depois, deslizar suas pernas, uma para frente e a outra para trás, fazendo um espacate. E ao encostar a virilha ao chão, Vlad então aparecera na sua frente. Tentou controlar as bochechas e, com sucesso, continuou pálida da mesma forma. Um sorriso idiota se formou nos lábios e ela apenas levantou do chão para ficar de frente a frente com o rapaz. Eu sei, mas não ligo. - disse ela antes de selar uma das bochechas do líder e sair saltitando de perto dele, apenas para dar outra pirueta e dar continuidade à dança. O que o traz aqui? - ela perguntava, de forma educada enquanto dançava.

Te incomoda tanto uma garota de sutiã e calcinha na sua frente? Pensei que você era menos viado, Vlad. - ela dizia no tom mais brincalhão que pode, e assim, parou de dançar assim que a música acabara.
Ela apenas seguiu o olhar do rapaz para os equipamentos, e sorriu apenas. Sabia como ele se sentia, tanto que ela matou a saudade da dança naquele dia. Mas, pra não ficar aquele clima de silêncio entre os dois, ela não demorou muito para pular nas costas do rapaz e enlaçar a cintura deste com as pernas. Fizera o mesmo em relação ao pescoço alheio, só que com os braços. To cansada... - ela murmurava, infantil.
Por mais que ela tratasse o mais velho como apenas um amigo, ela sentia que cada vez que eles se aproximassem, seu corpo entrava em chamas. E foi exatamente por isso que ela colara o corpo no dele, só pra amenizar a temperatura do corpo.